'’Esta é minha opinião a respeito do livre-arbítrio do homem:
Em sua condição primitiva, tendo vindo das mãos do Criador, o homem foi dotado com uma porção de
conhecimento, santidade e poder, para capacitá-lo a entender, estimar, considerar, desejar e fazer o bem,
de acordo com o que lhe foi dado como missão. No entanto, ele não podia realizar nenhum desses atos,
exceto com o auxílio da graça divina. Mas em seu estado de descuido e pecado, o homem não é capaz
de pensar, nem querer, ou fazer, por si mesmo, o que é realmente bom; pois é necessário que ele seja
regenerado e renovado em seu intelecto, afeições e desejos, e em todos seus poderes, por Deus, em Cristo,
por intermédio do Santo Espírito, para que possa ser corretamente qualificado para entender, estimar,
considerar, desejar e fazer aquilo que realmente seja bom. Quando ele é feito participante dessa
regeneração ou renovação, considero que, estando liberto do pecado, ele é capaz de pensar, de querer
e fazer aquilo que é bom, mas ainda não sem a ajuda continuada da graça divina.’’
(Livro ‘’As Obras de Jacó Armínio – Vol. 1’’, pág. 284 e 285)
Jacó Armínio deixa claro que, o Livre Arbítrio é dado ao homem no princípio, ou seja, ‘’em sua condição primitiva’’, mas quando ocorre a sua Queda ele perde, porque desde esse momento ‘’o homem não é capaz de pensar, nem querer, ou fazer, por si mesmo, o que é realmente bom’’, sendo assim ‘’é necessário que ele seja regenerado e renovado em seu intelecto, afeições e desejos, e em todos seus poderes, por Deus, em Cristo, por intermédio do Santo Espírito, para que possa ser corretamente qualificado para entender, estimar, considerar, desejar e fazer aquilo que realmente seja bom’’. Mas mesmo diante da regeneração e renovação como afirma Armínio, o homem ainda não conseguirá realizar o bem ‘’sem a ajuda continuada da graça divina’’.
Em nossos dias como foi também no passado, vemos uma deturpação acerca das palavras deste homem. Os conhecidos ''Neo-Arminiamos'', discursam sobre o Livre Arbítrio não segundo as palavras de Jacó Armínio, mas segundo Pelágio do qual Armínio o intitula como ''herético'' em sua descrição.
''Eu afirmo veementemente que estou muito distante de compartilhar tal sentimento; além disso, agora,
declaro que sou contra esse sentimento de Pelágio, porque acredito que é herético, e diametralmente
oposto a estas palavras de Cristo: “sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5)
Ele é também, igualmente, muito destrutivo, e inflige uma ferida mais grave sobre a glória de Cristo.'''
(Livro ‘’As Obras de Jacó Armínio – Vol. 1’’, pág. 290)